Violência cometida contra estudantes no Rio de Janeiro é mais uma expressão do fanatismo religioso. Um mal que deve ser combatido desde cedo nas escolas do país.
O trágico episódio ocorrido na Escola do bairro do Realengo no Rio de Janeiro me fez refletir sobre situações que há muito tempo me tiram o sono. Isto por que, a violência cometida pelo estudante é uma expressão do fanatismo religioso.E infelizmente este mal tem crescido, mesmo em nosso país, conhecido no mundo todo pelo respeito e a tolerância.
Entrevistei alguns estudantes da Escola Dom Henrique Ruth sobre o caso e obtive diferentes impressões.
O primeiro estudante disse que o estudante assassino seria membro que alguma doutrina religiosa “estranha” à sociedade brasileira. Chegou-se a veicular na imprensa nacional de que Wellington seria islâmico. Ora, isso contraria o próprio conteúdo da carta deixada. Ela fala de Jesus e não de Maomé. A sociedade islâmica do Brasil emitiu uma nota, contestando a informação, que só serviu para reforçar o preconceito contra os muçulmanos.
Outro estudante disse o seguinte: “ele achou que deus* mandou ele fazer aquilo, mas ele deveria ter pensado melhor”.
O problema é que o fanático nunca “pensa melhor” pois crê que a razão nada mais é do que a “voz do diabo” que quer mudar os “planos de deus”.
Será que esquecemos o triste caso do rio Tauarí, onde fanáticos “evangélicos” promoveram um massacre em “nome de (seu) deus”? Um pai matou o prório filho com um machado. Em nome de deus. O esposo matou a esposa, também em nome de deus. E o "pastor" que comandou a chacina foi solto por que a justiça entendeu que ele não gozava de plena saúde mental. Cabe a pergunta: como é que deixam que um "doido" se tornar pastor para "evangelizar" os riberirinhos?
É lugar comum falar de ‘fundamentalismo islâmico”. Mas será que somente os islâmicos são fundamentalistas? O que dizer então do fundamentalismo cristão que tem crescido assustadoramente em todo país.
Quando se tenta implantar para toda a população, por força de lei, preceitos que são próprios de determinada religião, isso é uma expressão de fundamentalismo.
Conheço casos de crianças que já foram repreendidas pelos seus professores ao dizerem pertencer à uma religião diferente da maioria. Isso é intolerância. Intolerância, fundamentalismo e fanatismo andam lado a lado.
Está havendo uma grande confusão no Brasil sobre o que é papel do Estado e o que é papel da Igreja. E um bom exemplo disso é sobre a questão do aborto. Cabe ao estado tratar a questão como assunto de saúde pública, e não como caso de polícia. E cabe(m) à(s) Igreja(s) convencer aos seus fiéis daquilo que entendem como certo ou errado de acordo com a sua doutrina.
Nas escolas, o problema é ainda mais grave. Há um flagrante desrespeito à LDB que trata da questão do ensino religioso nas escolas.
“Art.33° - O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.”
Nas escolas públicas, confudem-se Ensino Religioso e Evangelização. Duas coisas bem diferentes. É preciso ter em vista que vivemos em uma país plural onde existem além de católicos e evangélicos, espíritas, judeus, muçulmanos, budistas, hinduístas, xintoístas, praticantes de cultos afro-brasileiros e mais uma infinidade de cultos animistas praticados pelos indígenas e todos, sem exceção alguma merecem o mesmo respeito da sociedade e do Estado Brasileiro. Não fazem nenhum favor, trata-se de uma garantia constitucional.
*uso propositalmente a palavra deus, aqui grafada em minúsculo, pois não posso crer que o Verdadeiro Pai de Toda Criação seja capaz de ordenar atrocidades.
(Leandro Altheman)
Olá amigo realmente o fanatismo religioso em agravante, não só no brasil mais,em todo mundo.
ResponderExcluirEm todos os lugares do mundo existe gente desequilibradas, pessoas que confundem fé com religiosidade, pessoas que por problemas psíquicos distorcem alguns ensinamentos cristãos, mais, a minha intenção aqui não discuti fé ou religião.
Por mais que este jovem tenha cometido esta chacina e, tenha sido motivado por uma crença religiosa, temos que ter cuidado para não generalizar.
A fé e pratica de uma religião, é uma das necessidade da nossa espécie e, faz bem a alma, só é triste ver que muita gente por não saberem discerni, acabam cometendo horrores, e por não conseguirem entender seus anseios, sentimentos, medos, acabam culpando a Deus pelos seus atos, isso por que o ser humano necessita achar explicações para aquilo que desconhecem.
Bem sabemos que isso é uma das conseqüências do sistema capitalista em que vivemos, que isso é criação da nossa própria sociedade, uma sociedade que perdeu seu senso de coletividade, sociedade essa que só gira em torno do "eu"....
Muito fácil julga alguém ou uma religião tendo como referencia, o nosso próprio ponto de vista, por isso temos que ter muito cuidado para não generalizar as crenças e religiões....